A brincadeira de fazer bullying pode trazer problemas que continuam até quando a pessoa cresce. Descubra como reconhecer os sinais desse problema.
O bullying é quando uma pessoa faz coisas ruins para outra pessoa de forma repetida e com intenção de machucar. Isso acontece muito em escolas e pode causar muitos problemas para quem é alvo. De acordo com um estudo sobre segurança no Brasil, quase metade das escolas do país têm problemas com bullying. Para entender melhor sobre esse assunto, é importante saber o que é exatamente o bullying.
Um médico chamado Fernando Lamano explicou que o bullying é quando alguém é constantemente agredido por outra pessoa de maneira repetitiva. Isso significa que a vítima sofre ataques várias vezes.
“Isso acontece quando alguém se sente mais forte que outra pessoa e age de forma ruim. O bullying não é certo, ao contrário de brigas normais na escola.”
O especialista diz que como o bullying acontece muitas vezes, por quanto tempo, em que idade e que tipo de violência importa para entender como isso afeta as pessoas. Ele diz que os efeitos do bullying podem durar muito tempo, até mesmo décadas depois que parou.
O bullying pode fazer mal em muitas partes da vida:
Efeitos na escola: Quando uma criança é alvo de bullying, pode ter dificuldade em se concentrar, o que faz com que ela não consiga aprender tão bem. Isso pode levar a ela faltar mais às aulas e até mesmo a deixar a escola;
Efeitos no corpo: Fisicamente, o bullying pode causar machucados, arranhões, roxos e até mesmo ossos quebrados. Internamente, pode fazer com que a criança fique estressada por um longo tempo, o que pode causar inflamações e deixar o sistema imunológico mais fraco;
Efeitos na mente e emoções: Isso também pode afetar a maneira como a criança se sente sobre si mesma, fazendo com que ela se sinta mal consigo mesma. Ela também pode começar a usar drogas, sentir medo de certas coisas, ter ataques de pânico, se sentir muito ansiosa ou triste, se machucar de propósito e até pensar em se matar.
“É importante lembrar que muitos dos ataques nas escolas são feitos por pessoas que foram intimidadas. O bullying contribui muito para isso, aumentando os casos de ataques nas escolas” completa o pediatra.
Como reconhecer quando alguém está sofrendo bullying
Em geral, quando as pessoas são alvo de bullying, têm muita dificuldade para falar sobre o que aconteceu e pedir ajuda. Isso geralmente acontece porque têm medo de sofrer mais bullying. “É difícil falar sobre isso também porque se preocupa com o que os pais ou a escola vão pensar”, diz o dr. Fernando. Por exemplo, os pais podem pensar que a criança é fraca e precisa se defender. E o pior é que muitas vezes quem sofre bullying acha que merece ser tratado assim.
Há muitos sinais que podem mostrar aos pais e familiares se uma criança está sofrendo bullying, como:
- Recusa em ir para a escola;
- Queda no rendimento escolar;
- Perdas frequentes de objetos – a vítima diz que perdeu o objeto, quando na verdade ele foi tomado pelo agressor (esse também é um aspecto a se observar nos agressores, a aquisição frequente de objetos que não pertencem a ele);
- Alterações repentinas de humor;
- Maior tendência ao isolamento;
- Busca por amizades fora da escola;
- Sintomas psicossomáticos, como dores frequentes (dor de cabeça e dor de barriga, por exemplo);
- Em períodos de estresse mais intensos, alterações no sono e na alimentação.
- Sinais frequentes de traumas, como ferimentos e hematomas – é comum, inclusive, que a criança ou adolescente que está nessa situação use roupas de frio mesmo quando está muito calor, com o objetivo de esconder as lesões;
“As crianças e os adolescentes às vezes se afastam dos outros, ficam muito bravos, têm muitos medos, começam a fazer coisas estranhas, choram mais do que o normal, têm problemas para dormir e têm sonhos ruins, começam a não querer fazer nada, não estão interessados na vida. Muitos, quando sofrem bullying, começam a ficar doentes, às vezes não muito graves, mas, por exemplo, é comum ver pacientes no consultório que sempre ficam resfriados ou sempre têm dores de cabeça.”