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Leishmaniose: Uma doença negligenciada

A leishmaniose é uma doença parasitária grave que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, principalmente em áreas tropicais e subtropicais. É causada por parasitas do gênero Leishmania, transmitidos aos seres humanos através da picada de mosquitos flebotomíneos infectados, conhecidos como “mosquito-palha” ou “birigui” no Brasil. Existem diferentes formas de leishmaniose, cada uma com sintomas e manifestações distintas, mas todas elas requerem tratamento adequado para evitar complicações e reduzir o impacto na saúde pública.

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Causas e ciclo de transmissão:

Os parasitas do gênero Leishmania são transmitidos por meio da picada do mosquito flebotomíneo infectado. Quando o mosquito se alimenta de sangue humano, ele injeta os parasitas na pele, que se deslocam para as células do sistema imunológico, chamadas de macrófagos. Dentro dos macrófagos, as Leishmanias se multiplicam e causam danos às células do sistema imunológico.

Os principais fatores que contribuem para a transmissão da leishmaniose incluem a presença de reservatórios (animais infectados, como cães e roedores), a densidade populacional do mosquito vetor, a falta de medidas de controle adequadas e as condições ambientais favoráveis ao vetor.

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Sintomas e formas clínicas:

A leishmaniose pode se apresentar de diferentes formas, sendo as mais comuns a leishmaniose cutânea e a leishmaniose visceral.

Leishmaniose cutânea: Essa forma da doença causa lesões na pele, que geralmente começam como uma pequena protuberância avermelhada e evoluem para úlceras com bordas elevadas. As lesões cutâneas podem ser únicas ou múltiplas, e algumas pessoas podem desenvolver sintomas semelhantes a alergias, como coceira intensa.

Leishmaniose visceral: Essa forma é a mais grave e potencialmente fatal. Ela afeta órgãos internos, como o fígado, o baço e a medula óssea. Os sintomas iniciais podem incluir febre prolongada, perda de peso, fraqueza, anemia, aumento do fígado e baço, e comprometimento do sistema imunológico.

Diagnóstico e tratamento:

O diagnóstico da leishmaniose é feito por meio de exames clínicos, análises laboratoriais, como a detecção de anticorpos específicos ou a identificação do parasita em amostras de tecido. O tratamento da doença varia de acordo com a forma clínica e a gravidade, sendo geralmente realizado com medicamentos específicos para eliminar o parasita.

Os principais medicamentos utilizados incluem antimoniais pentavalentes, anfotericina B, miltefosina e paromomicina. Em casos mais graves, pode ser necessária a hospitalização para administrar o tratamento intravenoso adequado e garantir o suporte clínico necessário.

Além do tratamento individual, é fundamental adotar medidas de controle vetorial para combater a leishmaniose. Isso inclui o uso de repelentes de insetos, a aplicação de inseticidas e a eliminação de criadouros de mosquitos. A vacinação é uma estratégia promissora em desenvolvimento, mas ainda não está amplamente disponível.

Prevenção e conscientização:

A prevenção da leishmaniose envolve ações coletivas e individuais. É importante evitar áreas de alta transmissão, utilizar repelentes, roupas de proteção e telas nas janelas. Para proteger os animais, como cães, existem vacinas e também é recomendado o uso de coleiras repelentes.

Além disso, a conscientização e a educação da população sobre os riscos da leishmaniose e as medidas preventivas são fundamentais para reduzir a incidência da doença. As autoridades de saúde devem promover campanhas informativas, investir em pesquisas e melhorar o acesso aos serviços de saúde, especialmente nas áreas mais afetadas.

A leishmaniose é uma doença complexa que requer uma abordagem multidisciplinar e o compromisso de governos, profissionais de saúde e comunidades para prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado. Com esforços contínuos e integrados, é possível reduzir o impacto da leishmaniose e melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas. Juntos, podemos combater essa doença negligenciada e promover a saúde global.