O deputado estadual de São Paulo, Eduardo Suplicy, anunciou recentemente que foi diagnosticado com a doença de Parkinson e iniciou um tratamento com cannabis medicinal. Em uma entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, o político petista, de 82 anos de idade, compartilhou que recebeu o diagnóstico no final do ano passado, quando a doença ainda estava em estágio inicial, apresentando sintomas leves.
Suplicy revelou que foi seu geriatra, Nelson Carvalhaes, quem primeiro identificou os sinais do Parkinson. Posteriormente, o deputado procurou especialistas que confirmaram o diagnóstico desta doença degenerativa que afeta progressivamente o sistema nervoso central. Em sua entrevista à “Folha”, ele afirmou que, apesar da doença, sua vida não sofreu grandes mudanças.
“Eu não tinha percebido inicialmente que tinha Parkinson. Foi apenas mais tarde, durante uma conversa com a doutora Luana Oliveira, neurologista do núcleo de Cannabis medicinal do Hospital Sírio-Libanês de São Paulo, que comecei a notar alguns sintomas”, explicou o deputado. Ele mencionou que experimentou tremores nas mãos, principalmente durante as refeições ao segurar talheres ou tomar sopa.
Além disso, Suplicy relatou dores musculares na perna esquerda e episódios de desequilíbrio que às vezes quase o fizeram cair. Ele reuniu seus filhos, João Suplicy e Supla, para informá-los sobre o diagnóstico de Parkinson e também para anunciar sua intenção de torná-lo público. Uma razão adicional para essa decisão, conforme relatado pela “Folha”, é sua intenção de defender a regulamentação da distribuição de cannabis medicinal para o público em geral.
No momento, pacientes sem recursos financeiros enfrentam dificuldades para acessar esse tipo de tratamento, uma vez que o medicamento não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e, geralmente, é obtido por meio de associações terapêuticas que acionam a Justiça. Em fevereiro, Suplicy importou um frasco de cannabis industrializada para iniciar seu tratamento. Ele toma cinco gotas do remédio no café da manhã, outras cinco à tarde, além de seguir a prescrição de medicamentos adicionais, como o Prolopa, recomendados por seus médicos.
Na terça-feira seguinte, está programada uma audiência pública na Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados, em Brasília, para discutir a proposta de regulamentação do cultivo e da distribuição da cannabis no Brasil. Suplicy participará do evento, compartilhando sua própria experiência. Segundo o político, “tudo melhorou bastante” desde o início do tratamento, destacando a melhoria na dor na perna e na estabilidade ao caminhar, além da redução dos tremores durante as refeições. Além disso, ele continua com sua rotina de exercícios físicos, realizando atividades três vezes por semana com o auxílio de um personal trainer.